No Egito antigo no século 1500 a.C., os “sacerdotes” induziam um certo tipo de estado hipnótico. Com finalidade de cura, conforme escrito nos papiros de Ebers. Foi somente no século XIX, que o médico inglês James Braid (1795-1859) definiu o estado hipnótico como um estado particular de “sono do sistema nervoso”. Assim, veio a cunhar o termo hipnose, do grego Hypnos que simbolizava o Deus do sono na Mitologia Grega. Dessa forma, o termo hipnose ficou erroneamente associada a ideia de sono e se arrependeu. Percebeu que cientificamente a hipnose não poderia ser comparada ao sono, sendo um estado justamente oposto ao sono, de intensa atividade psíquica e mental, mais propriamente de atenção ampliada de consciência.
A hipnose no século XIX
Desta forma, continuou-se a utilizar o termo hipnose, e foi ao mesmo tempo estudada e aplicada por vários profissionais de referência, mas é Sigmund Freud (1856-1939) que deixa um registo mais forte de “abandono” para com a hipnose, sem nunca ter perdido o fascínio pela mesma. Dedica-se com especial atenção a sua recém-descoberta “psicanálise”. Entretanto, Émile Coué (1857-1926), farmacêutico francês, foi considerado como o criador da Auto-hipnose no mesmo período. Convidava cada cliente que aparecia para levantar uma determinada prescrição médica a ler as instruções da receita e afirmava que iam recuperar rapidamente, utilizando sugestões breves e diretas, que percebeu que tinham um impacto positivo na melhoria do estado de saúde do cliente.
No século XX…
Em (1901-1980) com o médico, Milton Erickson que ganha novamente destaque, tornando-se uma referência mundial. Conhecido como o Hipnoterapeuta clínico do século XX. Psiquiatra, escreveu diversos artigos sobre a hipnose clínica (termo utilizado na parte clínica). Viajou e ensinou o seu método a outros médicos. Considerou que cada pessoa era uma pessoa com experiências individuais diferentes, sendo difícil, portanto, ser encaixada em terapias padronizadas preestabelecidas. Erickson revelou-se a maior autoridade em hipnoterapia breve e estratégica do século XX. As suas intervenções rápidas, com excelentes resultados, foram e são algumas vezes difíceis de compreender.
A sua prática, continuou e continua a ser ensinada, divulgada e aplicada. Em 2002 surgem as primeiras provas científicas usando tomografias por emissão de positrões (PET), que mostravam o fluxo sanguíneo de um voluntário sobre o comando de um hipnotizador e a pessoa em “transe” (estado na qual a pessoa se encontrava neste processo de foco e atenção) …
Apesar destas e de outras provas científicas, junto de casos que vão surgindo, existe algum receio na sua recetividade. Contudo, continuam a haver médicos, psicólogos, outros profissionais e Terapeutas que aplicam e também pacientes que recorrem cada vez mais a este método porque percebem que é uma mais valia no processo de atingir o objetivo que pretendem. Podemos dar exemplos de intervenções em fobias, medos, ataques de pânico, ansiedade, parar de fumar, controlo do peso, doenças autoimunes, entre outras situações…
Assim, há quem refira que o poder está dentro da mente e temos esse mesmo poder e essa mesma valência, ou que a hipnose pode ser utilizada ou considerada como uma auto-hipnose.
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Ricardo Telo – Hipnoterapeuta