As dificuldades de aprendizagem específicas dizem respeito à forma como um indivíduo processa a informação – a recebe, a integra, a retém e a exprime –, tendo em conta as suas capacidades e o conjunto das suas realizações.
As crianças com dificuldades de aprendizagem tendem a apresentar baixo desempenho escolar e a expressar sentimentos e emoções de modo internalizado ou externalizado. Quando internalizam, fazem atribuições internas aos seus insucessos académicos (e.g. duvidam de si, apresentam baixa-autoestima, sentem-se incompetentes e envergonhadas). Quando externalizam fazem, sobretudo, atribuições externas (e.g. exibem sentimentos de frustração, zanga, agressividade e inferioridade, afastam-se dos objetivos académicos e apresentam problemas de comportamento).
As dificuldades de aprendizagem específicas podem, assim, manifestar-se nas áreas da fala, da leitura, da escrita, da matemática e/ou da resolução de problemas. Envolvendo défices que implicam problemas de memória, percetivos, motores, de linguagem, de pensamento e/ou metacognitivos. Estas dificuldades surgem durante o desenvolvimento e tornam-se mais evidentes no início da escolaridade.
Dentro das dificuldades específicas de aprendizagem destacam-se as seguintes:
· Dislexia: é caracterizada por dificuldades no processamento fonológico com repercussões na aprendizagem da leitura, apesar da capacidade cognitiva preservada.
· Disortografia: apresenta-se por défices nas aptidões da escrita, que se traduz na dificuldade em compor textos escritos e na presença de múltiplos erros ortográficos.
· Disgrafia: tem presentes problemas funcionais no ato motor da escrita (e.g. caligrafia irregular, dificuldades na motricidade fina).
· Discalculia: revela-se por um comprometimento significativo das competências aritméticas, apesar de um adequado funcionamento intelectual.
As várias investigações realizadas nesta área têm vindo a demonstrar que as dificuldades de aprendizagem para além de prejudicarem o desempenho escolar estão associadas também a problemas psicológicos (e.g. depressão, ansiedade, desmotivação, baixa-auto-estima).
Este quadro acompanha a pessoa ao longo de toda a sua vida e, quanto mais cedo for reconhecido, mais precocemente se podem adotar estratégias para minimizar as dificuldades. Assim como maiores oportunidades terão de se tornarem jovens e adultos bem-sucedidos e produtivos.
Patrícia Marques – Psicóloga
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