Desenvolvimento Pessoal, Psicologia, Psiquiatria

O que é a Neuropsicologia de Intervenção?

A disfunção varia da perda absoluta de consciência, à desorientação e incapacidade de prestar atenção, como também ao comprometimento de uma ou várias das muitas funções específicas que contribuem para a experiência consciente. Porém, independentemente do grau da lesão, há sempre consequências com implicações mais ou menos graves para a vida do indivíduo e da sua família.

O tipo de gravidade da disfunção depende da extensão da lesão encefálica, da sua localização e da progressão da doença. Quando o tronco cerebral (que regula as funções do corpo e os níveis críticos de consciência) é lesionado, uma pequena lesão pode conduzir ao coma e até à morte. Distúrbios que progridem rapidamente têm mais probabilidade de causar sintomas mais evidentes de disfunção cerebral do que os que evoluem lentamente. O encéfalo compensa mais facilmente as alterações graduais do que as alterações abruptas, pelo que quando a lesão difusa se desenvolve lentamente pode não afetar a consciência. As áreas com funções parcialmente sobrepostas podem em determinadas circunstâncias compensar as funções perdidas. Por seu lado, as células nervosas em determinadas áreas podem mudar, para que possam desempenhar novas funções (plasticidade). Também podemos referir como fator protetor a reserva cognitiva (potencial de conhecimento do individuo que pode ajudar a compensar compromissos cerebrais) e até mesmo a reserva emocional, como sendo a dinâmica mais ou menos positiva e facilitadora do processo de recuperação ou de eventual proteção a um processo degenerativo.
Quando surge uma lesão no encéfalo poderá estar comprometida a integridade do “Eu”, com todas as nuances emergentes no domínio emocional, social, da linguagem, da perceção visual, da motricidade, entre outros.

Em suma, a lesão será sinónimo de disfunção neuropsicológica com impacto e repercussão na vida do indivíduo, conduzindo a alterações parciais ou totais da sua dinâmica biopsicossocial e espiritual. Estas alterações ocorrem não só na vida do individuo com sequelas, mas também de todos os que fazem parte do seu suporte. Pelo que o paciente tem de ser observado numa perspetiva sistémica, abrangente e integradora de todos os seus contextos de vida. O suporte dos cuidadores/família poderá ser crucial enquanto aleados no processo terapêutico ou pelo contrário poderão ser fonte de instabilidade e até de risco.


Cuidar é aceitar, integrar e valorizar a diversidade!

Related Posts